Qual tipo de emoção é demonstrada pela foto?
E qual o motivo dessa emoção?
Semiologia Psiquiátrica
Este tema foi abordado em duas aulas, devido a extensão do mesmo e a complexidade de avaliar um paciente psiquiátrico. Na primeira aula a professora iniciou com os conceitos; na segunda aula recapitulamos tudo que foi falado na primeira e aprendemos mais detalhadamente sobre os tipos de alterações que ocorrem em cada item da análise clínica de qualidade.
É o campo da ciência que estuda os signos.
O signo é um tipo de sinal provido de significado, ou seja, significado dado a quaisquer estímulos emitidos pelos objetos de estudo. A semiologia, portanto, ocupa-se do estudo do processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito, da idéia ou do objeto.(DALGALARRONDO, 2008).
Signos:
- Ícone é a relação direta entre o que representa e o objeto representado, as imagens em geral, são ícones; relacionam-se ao objeto semelhança.
Ex. 
- Índice, são indícios, ou indicativos de algo que não está presente, mas o representa por uma relação de causalidade.
Ex.

- Símbolo, remetem a uma “... idéia ou a uma significação que não tem, necessariamente, qualquer semelhança objetiva com o aquilo que simbolizam...”.
Ex.

A interpretação do signo, sempre dependerá do contexto, pois um signo pode significar várias coisas. Na psiquiatria a interpretação é crucial, pois interpretamos o que acontece a nossa volta, principalmente através de imagens e gestos.
Ao entrevistarmos o paciente temos os dados subjetivos que é o que o paciente fala, a história pregressa dele, da sua família, e da sua doença, e temos os dados objetivos que é a (minha) interpretação dos dados subjetivos. A semiologia psiquiátrica é a interpretação dos dados subjetivos.
Análise Clínica de Qualidade (CASMO PLIAC)
Neurológica. Exemplo de alterações: obnubilação, torpor, coma.
A atenção é uma dimensão da consciência que designa a capacidade de manter o foco em uma atividade. Designa, ainda, o esforço voluntário de selecionar certos aspectos de um fato, experiência do mundo interno (por exemplo, memórias) ou externo, fazendo com que a atividade mental se volte para eles em detrimento dos demais. Exemplo de alterações: desatenção, distração.
Sensação o fenômeno produzido por estímulos de natureza física, química ou biológica. A origem de tais estímulos ocorre tanto fora quanto dentro do organismo e culmina no acionamento dos órgãos receptores. As diferentes formas de sensação devem-se à especificidade dos estímulos, a saber: visuais, táteis, auditivos, olfativos, gustativos, proprioceptivos e sinestésicos. Em contrapartida, define-se por percepção a tomada de consciência do estímulo sensorial pelo indivíduo. Alteração de sensopercepção é alteração nos sentidos. Ex. escutas vozes, sentir cheiros. Exemplo de alterações: alucinações, ilusão, macropsia.
Memória é a capacidade de registrar, fixar, evocar e reconhecer experiências ou fatos passados. Está diretamente relacionada ao nível de consciência, atenção e interesse. Dividida em imediata, recente e remota. Exemplo de alterações: hipermnésia, hipomnésia, agnosia, fabulações.
Temos a orientação autopsíquica que compreende a capacidade do indivíduo de situar-se quanto a nome, idade, estado civil, data de nascimento, profissão, etc. e a orientação alopsíquica que compreende a capacidade de situar-se no tempo com relação a dia, mês, ano, marcos temporais (orientação temporal) e em relação a lugar, cidade, país (orientação espacial). Exemplo de alterações: desorientação por apatia, desorientação delirante, desorientação histérica.
Sucessão de idéias. Os elementos são: conceito, juízo e o raciocínio. Primeiro precisamos conceituar, depois fazer o juízo, formando o raciocínio, pois este é um conjunto de juízos, da mesma forma que os juízos são um conjunto de conceitos. Avaliamos o curso, o conteúdo, e a forma.
A linguagem é uma atividade mental especifica do ser humano e principal instrumento de comunicação; pode ser escrita ou falada. Avaliamos a fala, o curso, a forma e a quantidade. A avaliação é realizada durante todo o curso da entrevista. Para tanto, o entrevistador deve observar fala espontânea do paciente, avaliar se é possível estabelecer diálogo com ele e atentar-se para características como fluência, fala reduzida, riqueza ou empobrecimento de linguagem, utilização de termos apropriados ao contexto, repetição de palavras, ritmo da fala. Exemplo de alterações: transtorno afásico, disartria, dislalia.
A inteligência pode ser traduzida como a capacidade de uma pessoa de assimilar conhecimentos factuais, compreender as relações entre eles e integrá-los aos conhecimentos já adquiridos anteriormente. Define-se ainda como a capacidade de raciocinar logicamente e de forma abstrata, manipulando conceitos, números ou palavras. Capacidade de resolver situações novas com rapidez e com êxito mediante a realização de tarefas que envolvam a apreensão de relações abstratas entre fatos, eventos, antecedentes e consequências.
Principais habilidades incluídas no constructo da inteligência:
RACIOCÍNIO, PLANEJAMENTO, RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS, PENSAMENTO ABSTRATO, COMPREENSÃO DE IDEIAS COMPLEXAS, APRENDIZAGEM RÁPIDA, APRENDIZAGEM A PARTIR DA EXPERIÊNCIA
Compreende várias modalidades de vivências afetivas como: humor, que é a tonalidade de sentimento predominante, e mais constante, que pode influenciar a percepção de si mesmo, e do mundo ao seu redor; emoção, uma reação afetiva aguda, momentânea, desencadeada por estímulos significativos; sentimentos que são configurações mais estáveis que as emoções, são mais atenuadas em sua intensidade e menos reativos a estímulos passageiros, os sentimentos estão associados a conteúdos intelectuais, valores e a cultura; e paixões, um estado afetivo muito intenso, domina a atividade psíquica. Exemplo de alterações: labilidade emocional, hipotimia, humor ansioso.
- CONDUTA (Juízo crítico; Insight)
É a capacidade de perceber e avaliar adequadamentea realidade externa e separá-la dos aspectos do mundo interno ou subjetivo. O insight é uma forma mais complexa de juízo. Envolve um grau de compreensão do paciente sobre si mesmo, seu estado emocional, sua doença e as consequências desta sobre si, pessoas que o cercam e sua vida em geral. Exemplo de alterações: idéias delirantes.
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ATITUDES GLOBAIS
São alguns dos sintomas das pessoas que apresentam algum transtorno mental, lembrando que estes sintomas não são características morais, portanto não cabe a ninguém julgar.
Concluindo...
Como podemos ver, assim como todas as outras áreas da saúde, a psiquiatria também tem uma semiologia, um modo sistemático de identificar passo a passo, as doenças, transtornos e distúrbios. Porém ao meu ver, é a semiologia mais complexa que já tivemos, não que seja difícil, porém lida com a incógnita que é a mente humana, algo complexo, por vezes indecifrável.
Em cada item da análise clínica existem vários tipos de alterações às quais não entrei em detalhes, assim para se compreender um pouquinho do se passa pelos pacientes, é preciso estudar e analisar categoricamente não só cada item da análise mas também o contexto vivido pelo paciente. Então voltamos novamente a falar da importância do contexto, assim como a imagem no ínicio do post, não podemos julgar um rosto ou uma situação isoladamente, devemos avaliar em que contexto o rosto, a imagem ou a situação se passa. E não é só pela dificuldade de se entender o paciente mas sim de se concluir a avaliação ou consulta de enfermagem, pois é impossível avaliar o paciente apenas no momento em que ele está em crise, temos que saber sobre o convívio social, convívio familiar, conflitos vividos entre outras situações estressantes que o paciente possa ter vivido ou estar vivendo.
REFERÊNCIAS
ORICHIO, A. P. C. et. al. Semiologia Psiquiátrica: da Teoria à Prática.
Texto de apoio enviado pela professora.